Branding, ou a gestão da marca, se transformou numa expressão bem popular no mundo dos negócios. Até um leigo no assunto desfila argumentos sobre o poder de influência de uma marca. Todos comentam como marcas interferem no comportamento dos consumidores. Mas é necessário explicar os motivos para esse assunto ter importância. As razões para a marca merecer essa atenção. Este texto é sobre a importância do branding. Para empresários, empreendedores. Profissionais de marketing e de comunicação. E todos os envolvidos. Antes que boa parte dessas crenças populares não sejam mais questionadas. Ou, pior ainda, se tornem lendas nos negócios.
A importância da marca
Ninguém acorda querendo criar uma marca. A menos que você esteja desenvolvendo algo no setor de entretenimento – criando um personagem ou história para vender. A ideia do empreendedor ou empresário para fazer negócios e dinheiro tem a ver com uma solução ao mercado. Por exemplo, está ligada ao desenvolvimento de um produto ou serviço, ou o comércio de um produto ou serviço. Geralmente, a marca fica em segundo plano. Por marca, neste primeiro momento, falamos de sua cara, suas características físicas. Por exemplo, as decisões sobre o nome do negócio, a logo e seu design, o visual que vai na fachada e no cartão de visita.
Sob o ponto de vista de concepção do negócio, a ordem geralmente é essa. A marca vem depois do produto ou serviço. E está tudo certo, é compreensível. Contanto que o trabalho feito com a marca não fique medíocre por ter sido deixado para o fim. Faz parte do jogo.
Mas a grande reflexão desse texto vem agora. Uma vez que a empresa abre as portas para o mercado, o conceito de marca vai gradualmente se impor ao conceito de produto/ serviço que inspirou o empreendedor a abrir a empresa. Por dois motivos principais.
O consumidor compra produtos, mas se relaciona com marcas
Primeiro, porque o consumidor compra produtos, mas se relaciona com marcas. Pode se encantar por causa de um produto ou promoção de preço, mas na mente fica a marca como solução, conectada àquela situação. Exemplo: você até pode elogiar o cachorro-quente da lanchonete X ou a lavagem a seco da lavanderia Y. Mas seu relacionamento é com a lanchonete (hoje é o dia perfeito para ir na lanchonete com meus amigos!). Seu relacionamento é com a lavanderia (qualquer problema com minhas roupas de trabalho lembro da lavanderia tal!). Portanto, a marca é a referência para consumidor ao fim do processo, e não o produto ou serviço.
Produtos e serviços ficam obsoletos. A marca pode ser eterna.
O segundo motivo para o conceito de marca se impor ao de produto ou serviço também é simples de entender. Os produtos e serviços que a empresa oferece vão sendo trocados, ficam obsoletos e saem do mercado, dando lugar a soluções mais atualizadas ou conectadas com novos gostos dos consumidores. Mas a marca permanece viva. O melhor exemplo nesse sentido é lembrar da marca de eletrônicos Sony, que ficou mundialmente famosa com o produto Walkman na década de 80 (foto abaixo). A tecnologia deste produto ficou obsoleta já na década seguinte, mas a marca permaneceu sinônimo de soluções de ponta no setor de eletrônicos.
Ou seja: o empresário está no negócio de gerir e fortalecer marcas, independente do tipo de solução que o tenha inspirado a abrir a empresa. Ainda de outra forma: o empresário, os profissionais dos diversos setores da empresa, os parceiros de negócios e assessores, como agências de comunicação, pesquisa de mercado, empresas de recrutamento, apoio em logística, etc, todos lidam com a marca. Portanto, estão todos abaixo de uma missão maior: cuidar bem e fazer crescer marcas junto a mercados.
Com essa compreensão, fica mais fácil entender os motivos para tantos conteúdos, livros e discussões sobre branding e construção de marca. Para concluir, é como se as marcas fossem em última instância as verdadeiras moedas de troca no dia a dia das pessoas, que querem escolher soluções para si e para os seus com rapidez e segurança, em um universo cada vez mais amplo de possibilidades.
Nós próximos conteúdos do blog, voltaremos ao tema do branding e suas minúcias. São tantos os estudos e aprendizados que certamente existe muito para conversar. Mas essa reflexão era necessária para começar o debate. 😉
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