O mundo empresarial está diante de uma crise de liderança. Precisamos explorar a evolução nas formas e maneiras de como os profissionais desenvolvem as suas atividades, reposicionando os papéis exercidos, em torno de elementos que exigem competências diferenciadas.
Os profissionais precisam estar mais abertos às novas ideias, conscientes de suas próprias limitações, para lidar com rupturas e quebra de paradigmas, adotando uma atitude de protagonismo diante de situações inesperadas. Isso significa a necessidade de rever as suas práticas profissionais, construindo novas possibilidades, através de um repertório diferente de alternativas na forma de liderar e, principalmente, se preparar para lidar com a vulnerabilidade.
A comunicação tem um papel essencial nesse contexto, sendo o grande elo entre empresas e pessoas. Assim, é imprescindível criar ações diretamente conectadas com o público-alvo, com linguagens adaptadas e inseridas de maneira assertiva.
O líder tem um papel fundamental nesse cenário, criando um senso de propósito e significado real junto aos seus colaboradores, atuando como um facilitador, cultivando organizações verdadeiramente prósperas e entendendo o que realmente importa para os seres humanos. Profissionais que deixam as suas empresas diariamente com um senso de realização pessoal, vão querer voltar e se concentrar em grandes desafios, devido à motivação intrínseca, acompanhada de significados e, com a certeza, de que contribuíram de forma efetiva, dando o seu melhor dia após dia, ano após ano.
Cabe ao líder colocar em prática esse processo de comunicação interconectado, investindo nas qualidades mentais cruciais de seus colaboradores, na atenção plena, no altruísmo e na compaixão, qualidades estas, que servem de alicerces neste momento.
A atenção plena consiste em gerar uma efetividade mental, fazendo com que o ser humano possa descobrir a sua potencialidade tanto profissional, como pessoal. A efetividade faz com que seja possível atingir metas, objetivos e desejos, prestando atenção no momento presente, com a mente calma, concentrada e desobstruída, diminuindo assim, o estresse, melhorando as relações interpessoais, ampliando a percepção das pessoas com relação às suas emoções, aos comportamentos impulsivos e agressivos, adquirindo equilíbrio e resiliência diante das pressões. A concentração e a perceptividade terão uma atuação conjunta e quanto mais utilizarmos esta parceria, mais atentos e focados estaremos.
O altruísmo é a sabedoria que leva o ser humano a sair do caminho pessoal e organizacional, liberando o fluxo natural de energia, combinando a autoconfiança, com uma proposta e intenção humilde de estar a serviçodos outros, fazendo com que ocorra uma transformação da melhor versão de si mesmo. Os líderes devem manter os seus egos sob vigilância, tomando o cuidado para não se apegarem a um juízo inflado sobre si mesmo. A humildade implica que os lideres entendam o valor de servir e de fornecer um legado, criando uma cultura saudável e um ambiente acolhedor. Grandes líderes domam o seu ego em prol de algo maior, pessoas e organizações.
Dessa forma a compaixão aflora como consequência natural do altruísmo, com a intenção de estar servindo, ajudando, amenizando e compreendendo as perspectivas das pessoas, sendo uma fonte de energia para ações efetivas de apoio e valorização. A compaixão transforma e permite visualizar a floresta como um todo e não apenas algumas árvores, exigindo muita coragem e força para lidar com pessoas, situações e decisões difíceis. A compaixão torna o líder mais preparado, pois cultiva lealdade, confiança e engajamento. As conexões se tornam fortes e o senso de dignidade emerge.
Finalizando a atenção plena, o altruísmo e a compaixão tornam o líder mais humano, remove as camadas do status e do poder, transformando a cultura organizacional voltada para pessoas, com uma gestão mais humanizada. Com a atenção plena, fica presente a atenção ao aqui e agora, com o altruísmo o líder oferece apoio na caminhada e com a compaixão ocorre uma conexão humana sólida com um propósito compartilhado.
Autora: Eunice Maria do Nascimento
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