Pessoas convivem, trabalham e reagem às outras pessoas com as quais entram em contato: comunicam-se, simpatizam e sentem atrações, antipatizam e sentem aversões, aproximam-se, afastam-se, entram em conflito, competem, colaboram e desenvolvem afeto.
Essas interferências ou reações, voluntárias ou involuntárias, intencionais ou não, constituem o processo de interação humana, em que cada pessoa na presença de outra não fica indiferente a essa situação estimuladora. O processo é complexo e ocorre permanentemente entre pessoas, sob a forma de comportamentos manifestos e não manifestos verbais e não verbais, pensamentos, sentimentos, reações mentais e/ou físico-corporais.
A eficácia dessa relação está intimamente ligada à competência interpessoal, que pode ser entendida como habilidade de lidar eficazmente com relações, de interagir com outras pessoas de forma adequada às necessidades de cada um e às exigências da situação.
O “controle das emoções” é considerado um requisito indispensável para o sucesso. O descontrole emocional certamente cria obstáculos ao crescimento, mas hoje a capacidade de relacionar-se com os outros, desprender-se de hábitos arraigados e aprender a aprender é tão importante quanto às qualidades e competências técnicas.
Há uma série de emoções e sensações que se apresentam nos processos de diversidade. Elas podem mobilizar o indivíduo dentro do contexto de trabalho, podendo ocasionar uma atitude inadequada frente às situações a que a pessoa é exposta.
É necessário adquirir o hábito de refletir e pensar sobre como as emoções, sensações e ideias chegam e se desenvolvem na mente do ser humano. No ambiente organizacional sofremos estresse, pressão por resultados, que nem sempre são fáceis, suportáveis e até mesmo viáveis. Então, o comportamento pode se apresentar desta forma:
- “Tenho que produzir mais”;
- “Outra reunião online”
- “Ficarei até mais tarde para amanhã começar outra atividade”;
- “Fulano sai às 18 horas e não está nem um pouco preocupado… ele sim é que está certo”;
- “Isto é que se chama funcionário de carreira, nem bem o relógio bate 18 horas e ele sai correndo”.
Quando houver uma situação de adversidade, uma boa forma de administrar é criar slogans internos de autocomando, como a seguir.
Exemplos de slogan mental
- “Com calma se resolve tudo”.
- “Se não houver tempo hábil terei que renegociar prazo”.
- “Preciso me planejar”.
- “Sem agressividade é melhor”.
- “Coopere”.
- “Ouça o que ele tem a dizer”;
- “Vou dizer não se realmente não houver possibilidade de fazer”.
Buscar o caminho do autoconhecimento é uma saída que deverá agregar valor a esses processos, avaliar qual o limite para “suportar” determinadas pressões ou agressões é imprescindível para que cada um perceba como lidar com as situações no contexto pessoal e empresarial.
As pessoas se preocupam demasiadamente com o futuro. Preocupar-se, como o nome diz, significa pré-ocupar-se, ou seja, ocupar-se de alguma coisa com antecedência. Isso faz com que a mente se desloque da situação atual (aqui e agora) para o futuro, impedindo que a pessoa se concentre no que precisa fazer no momento. Também chamada ansiedade antecipatória. As preocupações se tornam profecias autoconcretizantes que impelem para o desastre temido.
Outra forma de ansiedade é a pós-ocupação, quando a pessoa se ocupa com sentimentos de remorso (culpa por erros passados) ou autopiedade (lástima pelos danos que sofreu no passado). Isso também impede que a mente se concentre nas tarefas do presente. Também chamada ressaca emocional.
Estes dois estados são diferentes da reflexão, que é uma forma de avaliar as experiências passadas para tirar delas alguma lição que pode ser aplicada no presente e uma forma de avaliar as possibilidades futuras para orientar a ação. A diferença é que a ruminação nos paralisa enquanto a reflexão nos prepara para a ação.
O primeiro passo para livrar-se das ruminações é a autoconsciência; tomar consciência das crises propicia a evitá-las ou mesmo a capacidade de afastá-las da mente. A partir de então é possível contestar os pensamentos preocupantes e pós-ocupantes através de pensamentos tranquilizantes. A outra forma é o relaxamento. A preocupação e ansiedade manifestam-se no nível corporal na forma de tensão
Como canalizar emoções
A capacidade de entrar em fluxo é o ponto alto da inteligência emocional. Fluxo é a capacidade de canalizar as emoções para a ação produtiva de uma forma agradável. A pessoa em estado de fluxo atinge o máximo de sua capacidade de rendimento mental. No fluxo as emoções são positivas, energizadas e alinhadas com a tarefa imediata. É um estado em que a pessoa fica totalmente absorvida no que está fazendo. A vivência do fluxo é altamente gratificante e estimulante. A otimização do rendimento mental no fluxo tem como consequência uma economia de energia que afasta o cansaço.
É preciso acreditar
Esperança, autoconfiança, entusiasmo, são capacidades de acreditar que se tem a vontade e os meios para atingir as próprias metas. Faz parte disto a capacidade de automotivar-se e entusiasmar-se com a realização de uma tarefa e a capacidade de criar meios alternativos para alcançar as metas.
Otimismo é uma forte expectativa de que, em geral, tudo vai dar certo apesar dos reveses, adversidade e fracassos ocasionais. O otimismo tem a ver especialmente com a forma como as pessoas explicam a si mesmas seus sucessos e fracassos. O otimista vê o fracasso como um sinal de que alguma coisa precisa ser mudada para que o sucesso seja alcançado. O pessimista vê o fracasso como uma evidência de sua incapacidade e isto pode levá-lo a desistir de continuar lutando pelo sucesso.
Controlar os impulsos
A capacidade de controle dos impulsos emocionais é a aptidão mestra da inteligência emocional. Talvez não haja aptidão psicológica mais importante que a resistência ao impulso, que é a raiz de todo o autocontrole emocional, uma vez que toda emoção contém um impulso para a ação. A capacidade de impor um adiamento à realização de um desejo está na base de uma vasta gama de esforços que vão desde seguir uma dieta até correr atrás de um diploma. A capacidade de adiar a satisfação contribui muito para o potencial intelectual emocional.
Um dos impulsos mais difíceis de conter é a ira. A ira costuma ser o mais intransigente dos impulsos. O disparador universal é a sensação de estar em perigo (ameaça física ou simbólica à integridade física, à propriedade, à autoestima, honra ou dignidade). A ira evolui em uma série de reações em cascata que podem ir aumentando até o descontrole total. Desarmar a ira é fundamental ao bom desempenho mental. O controle da ira é possível através da adoção de uma atitude mental adequada.
Atitudes para controle da Ira
- Autoconsciência: de novo a autoconsciência se faz necessária para detectar o mais precocemente possível a presença da ira. Quanto mais cedo o processo for interrompido maior a chance de sucesso de seu controle;
- Contestação: uma vez conscientes de que estamos irados é preciso questionar e contestar os pressupostos básicos desencadeantes da ira, procurando outros enfoques, outros ângulos para encarar a situação;
- Esfriamento: quando se percebe que há risco de a ira sair fora do controle uma medida efetiva é o afastamento (retirada estratégica) da situação provocante para esfriar a cabeça. A sabedoria popular conhece esta técnica, nisto está à origem da expressão “vai ver se estou na esquina” dita para uma pessoa que está perdendo a calma. Um passeio até a esquina pode ser realmente suficiente para esfriar a raiva e dar a oportunidade que a mente precisa para avaliar mais objetivamente a situação.
Há mais de 2000 anos já se tinha uma noção precisa que permanece atual, a respeito da importância do autocontrole da ira. É atribuída ao grande filósofo Aristóteles a seguinte frase: “qualquer um pode zangar-se – isto é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e de maneira certa – isto é difícil”.
Para alcançar o equilíbrio emocional, existem alguns aspectos que podem ser colocados em prática, é essencial muita disciplina e atitude proativa:
- Ouvir as emoções e principalmente tentar descobrir que mensagens elas carregam;
- Saber fazer as perguntas certas e procurar utilizar percepções e soluções diferentes;
- Procurar utilizar estratégias abrangentes e criativas, objetivando solucionar a situação desejada;
- Colocar em prática o planejamento no que você quer obter, de forma que a solução esteja alinhada com a sua forma de ser;
- Administrar as sua emoções para que elas possam alavancar os seus objetivos;
- Gerenciar conflitos e procurar harmonia intra e interpessoal;
- Ficar atento aos comportamentos de excelência identificados nas pessoas próximas, procurando utilizá-los na sua prática diária.
Experienciar uma emoção é uma escolha. É preciso analisar quais comportamentos são favoráveis e combinar os melhores aspectos dos diversos estados, fazendo um coquetel emocional. Assim será possível colocar em prática determinados sentimentos, redobrando este poder, ampliando a intensidade e principalmente percebendo o que ocorre de forma positiva ao redor.
Colocando em prática um novo comportamento será possível descobrir que cada vez mais, a confiança será ampliada e o comportamento se modificará de forma efetiva, sendo que em outra situação poderia ser sucumbido, no entanto, na atual saiu ileso e lidou com o desafio novo com maestria e equilíbrio emocional.
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